sexta-feira, 3 de junho de 2011

O Percurso da Fonologia: Do Estruturalismo ao Gerativismo, as Vantagens do Modelo Não-Linear

SILVA, Adelaide Hercília Pescatore. Língua Portuguesa I: Fonética e Fonologia. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2007. (pp.79-90).

______.______. Disponível em: http://www2.videolivraria.com.br/pdfs/4851.pdf. Acesso em: 26/05/2011.


Elaine Priscila de Araújo Souza et al* -  Graduandos em Letras (UPE).

            Adelaide Hercília Pescatore Silva, no capítulo Estudos dos sons com função comunicativa: fonologia”, do seu livro Língua Portuguesa I: Fonética e Fonologia, fala com clareza e propriedade dos avanços da Fonologia. Destacando as correntes que mais influenciaram os estudos fonológicos.
Como todas as ciências, a Fonologia também sofreu influências do Estruturalismo, de modo que muito deve a essa corrente linguística. Sob a influência, num primeiro momento, das pesquisas de Saussure, os estudos fonológicos tiveram uma evolução significativa. Deriva dos estudos saussurianos, a delimitação de fonema, que passa a ser tido como a unidade mínima distintiva dos sons.
Deve-se ao Estruturalismo também, agora sob a perspectiva de Roman Jakobson e Morris Halle, o conhecimento e a adoção dos traços característicos dos sons (ponto e modo de articulação, estado da glote, segmento oral e nasal) como as verdadeiras unidades distintivas dos sons e, obviamente, como as menores estruturas sonoras.
Depois da influência estruturalista, a fonologia passou a ser norteada pelo modelo gerativista de Chomsky, modelo que até hoje prevalece nos estudos e análises fonológicas.
Para entender adequadamente as contribuições gerativistas faz-se necessário um mínimo de conhecimento acerca dessa corrente. O Gerativismo acredita que o homem tem uma capacidade inata e biológica, transmitida geneticamente, para a produção e compreensão da fala, através de uma área especifica do cérebro.
A contribuição mais relevante do gerativismo foi a formulação dos modelos não-lineares, que se baseiam no princípio de que os sons sofrem mudanças, ou seja, eles não são constantes. De modo que, esse tipo de análise se tornou indispensável a uma descrição mais fiel aos sons das diferentes línguas. É através da Fonologia Gerativista que, um Fonólogo pode discriminar através de modelos de oposição binária que, determinado segmento consonantal tem como característica secundária, por exemplo, a labialização ou palatalização. Ou ainda dizer que, determinado segmento vocálico é nasalizado quando seguido de consoante M ou N. Que um segmento vozeado pode  passar  a  ser  desvozeado.
Muito dificilmente um som será sempre articulado da mesma maneira, sem sofrer influência dos sons vizinhos, das variedades lingüísticas, das peculiaridades individuais, entre outros fatores.
Assim, diferentemente do modelo linear, proposto no estruturalismo, que analisava os sons de maneira rígida, o modelo não-linear leva em conta todas as mudanças que estes sons podem sofrer.
Portanto, a autora utilizou-se de importantes colocações de teóricos especialistas no assunto, como Chomsky, Halle e Roman Jakobson (Escola de Praga) para dar mais profundidade temática à sua discussão. E, o assunto aqui discutido é destinado, em especial, a estudantes do curso de Letras.  Entretanto, pode ser utilizado por professores que já lecionam para que melhor possam desempenhar seu papel enquanto formadores de cidadãos.

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* José Ivanildo da Silva Filho, Lenilton Damião da Silva Junior & Maria Silvânia Santos de Oliveira.

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